Geriatria, o que é?​

A Geriatria, ou Gerontologia Clínica como também é conhecida, é uma especialidade médica interessada nos estados físico, mental, funcional e na situação social que se verificam na doença aguda, na doença crónica, na reabilitação, na prevenção e nas situações de fim de vida dos doentes idosos. A Geriatria oferece ao idoso mais do que o diagnóstico e o tratamento adequado de doenças físicas e psicológicas; vai além da tradicional função do médico, que é tratar o doente.


O doente geriátrico é por norma um doente idoso que necessita de cuidados específicos para tratar a(s) sua(s) doença(s) e evitar uma má evolução da sua situação. Os idosos apresentam condições físicas e cognitivas distintas, que os fazem responder de forma diferente, quer à própria doença, quer ao tratamento.

Por exemplo: em caso de pneumonia numa pessoa jovem que não tenha outras doenças o prognóstico é previsível. Numa pessoa idosa, essa previsão prognóstica não é clara, porque há habitualmente um défice dos aparelhos, bem como várias doenças crónicas, e como tal o doente responderá de forma muito diferente à “mesma” pneumonia. Daí que seja necessário um ajuste/adaptação às especificidades do doente idoso. Esse é o propósito da Geriatria, que vai ao encontro da velha máxima de que “o médico deve tratar doentes/indivíduos e não doenças/patologias”.

Actualmente, a realidade dos nossos idosos mostra que eles sofrem de várias doenças em simultâneo: hipertensão arterial, diabetes, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crónica, artroses…


Principais objectivos da Geriatria

De uma forma simplificada pode-se dizer que o objectivo da geriatria é acompanhar o utente idoso no seu processo de envelhecimento, estudando, prevenindo e tratando doenças, com o objectivo final de prolongar a sua vida e optimizar a sua qualidade de vida, sem esquecer o bem estar e a qualidade de vida dos cuidadores.

O que incluí este serviço?

Esta avaliação é feita através de uma consulta de enfermagem, onde este faz uma avaliação ou mesmo a criação de um plano de cuidados de enfermagem, baseado no historial clinico de cada cliente no sentido de o ajudar a atingir em segurança a máxima capacidade de autocuidado.

Neste plano são tidos em conta de uma forma geral alguns pontos em comum tais como:

  • Detectar algum sintoma precoce que possa ser corrigido e promover o diagnóstico e tratamento adequado de alguma patologia;
  • Corrigir os maus hábitos do idoso como a alimentação não equilibrada, a inactividade física, o tabagismo, a obesidade e o abuso de álcool ou drogas;
  • Estimular a prática de exercício físico para o aumento de flexibilidade, auto-estima, resistência e força;
  • Fazer ensinos de forma a que o idoso use os seus medicamentos correctamente: sempre segundo orientação e prescrição clinica e nunca por auto-medicação;
  • Manter o equilíbrio e saúde emocional do idoso e se necessário solicitar o apoio familiar ou mesmo de algum outro profissional de saúde nesta área;
  • Adaptar o ambiente doméstico, de forma a diminuir o risco de acidentes como por ex: quedas e suas consequências, melhorando o conforto, a mobilidade e a segurança do idoso;
  • Educar os cuidadores dos idosos dependentes, bem como promover todo o suporte e apoio de forma a prevenir lesões e/ou complicações das patologias já existentes;
  • Estar alerta para sinais depressivos ou de maus tratos ao idoso e se necessário denunciá-los.
Os Enfermeiros Especialistas de Reabilitação, concebem, implementam e monitorizam planos diferenciados, baseados nos problemas reais e potenciais das pessoas. Com vista à promoção da saúde, tratamento, reabilitação, prevenção de complicações secundárias e tratamento maximizando o potencial da pessoa de forma a evitar incapacidades. Assim como proporciona intervenções que visam melhorar as funções residuais, manter ou recuperar a independência nas atividades de vida diárias, e minimizar o impacto das incapacidades instaladas (quer por doença ou acidente) nomeadamente, ao nível das funções neurológica, respiratória, cardíaca, ortopédica e outras deficiências e/ou incapacidades. No idoso as suas principais intervenções no processo de reabilitação focam-se principalmente em:
  • Reabilitar a capacidade de mobilidade e locomoção;
  • Capacitar a pessoa com deficiência, limitação da actividade e/ou restrição da participação para a reinserção e exercício da cidadania;
  • Treinar e ensinar os processos de posicionamentos e transferências;
  • Promover o Autocuidado (Maximiza a funcionalidade desenvolvendo as capacidades da pessoa);
  • Treinar e ensinar o uso de ajudas técnicas e produtos de apoio: instrumentos para a alimentação; camas articuladas, colchões, cadeiras de rodas, poltronas e cadeirões, cadeiras de banho, andarilhos, muletas, bengalas, ajudas na transferência, colocação e utilização de próteses por amputações, etc;
  • Reabilitar a capacidade Respiratória;
  • Estimulação cognitiva;
  • Treinar a capacidade de Alimentação;
  • Treinar o controlo de esfíncteres;
  • Ensinar o doente, família e cuidadores.
Os fisioterapeutas tendo o seu foco de intervenção no movimento e na disfunção do movimento suportada no conhecimento e utilização dos agentes físicos como por exemplo a crenoterapia, electroterapia, talassoterapia entre outros potenciam assim a recuperação do movimento e redução da dor muito características nos idosos. Assim as suas principais intervenções no processo de reabilitação focam-se principalmente em:
  • Idosos que fizeram cirurgia ortopédica como a colocação de prótese de anca, prótese do joelho ou outra;
  • Idosos com problemas da mobilidade, do equilíbrio e da força muscular devido ao envelhecimento ou as doenças como o AVC, o Parkinson, o Alzheimer, entre outras.
  • Além disso, a fisioterapia é importante na correcção de posturas viciosas que podem dificultar as tarefas diárias do idoso. Esta intervenção evita encurtamentos musculares, dores e outras complicações. São feitos exercícios para fortalecimento da musculatura, alongamentos;
  • Melhoria de estados patológicos já existentes, como a artrose, artrite, osteoporose, entre outros.
  • Fortalecimento da musculatura e auxilia na prevenção de danos em caso de queda;
  • Recuperação dos reflexos posturais e flexibilidade;
  • Ajuda na coordenação motora;
  • Treino e ensino sobre uso de ajudas técnicas e produtos de apoio: camas articuladas, colchões, cadeiras de rodas, poltronas e cadeirões, andarilhos, muletas, bengalas, ajudas na transferência, colocação e utilização de próteses por amputações etc.
O Ortoprotésico estuda, constrói, adapta e aplica dispositivos biomecânicos. Colabora com os nossos prestadores na adaptação do domicílio do cliente, que por algum motivo (agudo ou crónico) se encontra no momento dependente de forma a reduzir barreiras, e promover a sua qualidade de vida. As suas intervenções incluem o estudo em equipa, com a participação activa da família na adaptação do lar aos diversos produtos de apoio, ou ajudas técnicas disponíveis no mercado, que podem ser alugados e/ou comprados, adequados a cada caso tais como:
  • Camas articuladas;
  • Colchões de conforto e preventivos de feridas;
  • Cadeiras de rodas;
  • Cadeiras de banho;
  • Poltronas, cadeirões e sofás;
  • Almofadas de prevenção de feridas;
  • Produtos por patologias ( por ex. para Artrite Reumatóide; Diabéticos; ELA; Linfedemas, Etc)
  • Auxiliares de marcha: andarilhos,muletas, bengalas;
  • Ortóteses dos Membros Superiores;
  • Ortóteses dos Membros Inferiores;
  • Sapatos ortopédicos;
  • Suplementos alimentares.
Na relação saúde-doença, o terapeuta ocupacional embora tenha um conjunto de instrumentos da Satélite Familiar ao seu dispor,  recorre a atividades de preferência sempre com significado emocional para o idoso, com o objectivo de prevenir a perda de capacidades, ou manter, reabilitar, compensar e adaptar as suas aptidões. Observa o desempenho do idoso em qualquer actividade que lhe esteja a ser difícil de praticar e a partir daí, elabora um plano de intervenção para que a pessoa seja capaz de desempenhar a mesma actividade de forma mais fácil, com maior atribuição de significado e/ou menos dolorosa. Em alguns casos, o nosso terapeuta vai também ensinar a importância de modificar a localização de algumas mobílias, retirar tapetes, ou arranjar um produto de apoio como uma colher de cabo engrossado ou ensinar-lhe a fazer as tarefas de forma mais fácil e com menos probabilidade de lesão, dependendo da sua patologia e necessidade no momento do nosso acompanhamento.

É muito importante realizar avaliações psicológicas e fazer o acompanhamento psicológico do idoso, bem como fazer a identificação e reabilitação das suas alterações cognitivas. A partir de diversas técnicas de análise, o psicólogo é capaz de detectar doenças e/ou distúrbios mentais ou de comportamento.  Elabora em conjunto com os idosos que estejam enfrentando algum tipo de recuperação física ou mental estratégias de forma a superarem as condições negativas impostas pela sua situação de saúde. Ajudam também o idoso a interpretar os seus sentimentos e orientá-lo a compreender as suas emoções.

 Desta forma, as nossas avaliações, técnicas fundamentalmente incluem:

  • Treino e reabilitação das funções cognitivas;
  • Ensino de estratégias para ultrapassar as dificuldades expressas pela pessoa.

O terapeuta da fala atua na prevenção, avaliação e ajuda no tratamento de problemas de linguagem e inclusive não-verbal, articulação,

fluência,voz, mastigação ou deglutição de forma tentar garantir uma nutrição o mais adequada possível. Melhorando assim a sua qualidade de vida.

As pessoas idosas necessitam deste tipo de terapia principalmente em casos de:

  • Após um acidente vascular cerebral (AVC) ou episódio traumático que altere a sua capacidade de usar a linguagem, a mastigação ou a deglutição;
  • Tem problemas na audição que lhe dificultam a comunicação;
  • Pretenderem apenas de melhorar a sua forma de comunicar;
  • Teve alguma patologia que lhe provocou alterações no falar correctamente ou compreender bem o que lhe dizem;
  • Fez alguma cirurgia que lhe trouxe consequências ao nível da fala e/ou deglutição;
  • Teve alguma doença degenerativa ou oncológica e quer encontrar soluções para o futuro ao nível da comunicação e deglutição;
  • Pode querer apenas fazer um rastreio e/ou prevenir problemas de comunicação e/ou deglutição.

É um serviço especializado muito vocacionado para doentes idosos pois necessitam de tratamentos e cuidados de nível hospitalar, mas que podendo serem praticados em sua casa por questões emocionais são de sua preferência sendo que estão no conforto do seu lar próximo da sua família e amigos. Inclusive com o benefício da diminuição dos riscos que ocorrem muitas vezes com as complicações associadas aos internamentos hospitalares.

A Hospitalização domiciliária tem vários benefícios tais como:

  • Conforto do seu Lar e uso dos seus bens pessoais;
  • Maior proximidade dos entes queridos;
  • Fazer as suas rotinas diárias habituais, nos seus tempos preferidos;
  • Possibilita uma prestação individualizada, com maior humanização dos cuidados;
  • Segurança e resultados clínicos idênticos aos de qualquer internamento hospitalar;
  • Redução das infecções e complicações resultantes dos internamentos hospitalares;
  • Envolvimento das pessoas mais próximas do idoso no seu tratamento e recuperação;
  • Diminuição da probabilidade de reinternamento;
  • Aumento da auto-estima e autonomia funcional;
  • Dentro dos possíveis fazer o seu esquema alimentar preferido;
  • Respeito pelos valores, crenças, práticas culturais e religiosas da pessoa;
  • Aumento da qualidade de vida do idoso e sua família.


Dentro dos quadros clínicos agudos e crónicos que cada vez mais podem ser feitos no domiciliário com muitas vantagens associadas podem-se salientar:

 

  • Pneumonias;
  • Diabéticos Descompensados;
  • Patologias Cardíacas, por ex: hipertensão; Insuficiência cardíaca congestiva;
  • DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica);
  • Desidratação;
  • Acompanhamento de doentes com neoplasias;
  • Doenças crónicas (ELA, Parkinson, Alzheimer, AVC) ;
  • Infecções urinárias;
  • Acompanhamento de doentes com necessidade de ventilação mecânica assistida;
  • Pessoas em estado terminal.